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Confissões
Kanae Minato

“O mundo da professora Yuko Moriguchi girava em torno da pequena Manami, uma garotinha de 4 anos apaixonada por coelhinhos. Agora, após um terrível acontecimento que tirou a vida de sua filha, Moriguchi decide pedir demissão.

Antes, porém, ela tem uma última lição para seus pupilos. A professora revela que sua filha não foi vítima de um acidente, como se pensava: dois alunos são os culpados. Sua aula derradeira irá desencadear uma trama diabólica de vingança.”
(fonte: https://grupoautentica.com.br/vestigio/)

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Não há como discorrer sobre o enredo sem dar spoilers. E, para quem tem intenção de lê-lo, o melhor mesmo é não saber muito sobre a história. Eu mesma fui pega de surpresa pois, ao final do primeiro capítulo, o que eu julgava ser o clímax da narrativa já ocorrera. E fiquei me perguntando: “Se já chegou a esse ponto, o que vai acontecer agora?”. Mas a autora consegue manter a tensão e a atenção do leitor fazendo uso de uma técnica que remete a Rashomon – filme dirigido por Akira Kurosawa, em que vários personagens contam cada um sua versão dos mesmos eventos.

Alternando entre vários formatos narrativos – um pseudo-monólogo, diários, cartas – a autora faz com que o leitor tome conhecimento, não de várias versões do evento desencadeador da história, mas sim da visão que cada personagem tem dos acontecimentos – suas impressões, suas interpretações e, até mesmo, os efeitos de sua própria participação. Cabe ao leitor ir montando o quebra-cabeça até conseguir ter uma visão geral. E, ao encaixar peça por peça, vai percebendo que pequenos gestos, detalhes aparentemente irrelevantes, desencadeiam eventos desproporcionalmente chocantes.

Os personagens se expressam de uma forma pouco natural. Falta um quê de espontaneidade em seus discursos que, em vários trechos, não parecem muito verossímeis. Admito não ter muito conhecimento sobre estilo narrativo japonês. E, por conta disso, não tenho como julgar se é problema da tradução ou se a literatura japonesa segue, em sua maioria, esse estilo narrativo.

Além de construir uma trama bastante envolvente, mesmo que o texto não flua tão bem em algumas partes, a autora levanta questões improtantes no decorrer da trama – preconceito, discriminação, bullying, solidão, abordagem pedagógica, formação de caráter, senso de justiça, suicídio, vingança.

É um daqueles livros para ler quase de uma só vez, se possível. Um legítimo page-turner.

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Cristine Tellier
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