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Frank Einstein e o motor antimatéria
Jon Scieszka

»» resenha publicada originalmente no Vórtex Cultural, em 10/11/2016 ««

O livro, primeiro de uma coleção, conta a história do menino Frank Einstein, um mini-gênio de 10 anos de idade, que usa a garagem do avô para colocar suas ideias e experiências em prática. Frank constroi e tenta dar vida ao Robôgente numa noite de tempestade. O experimento não dá certo, mas tem um efeito colateral inesperado – dois robôs, Klink e Klank – uma dupla bem no estilo Pinky e Cérebro, um muito inteligente e o outro meio tonto e estabanado. Frank e seu amigo Watson querem ganhar o Prêmio de Ciências de Midville. Os robôs os ajudam nessa empreitada e também ajudam a derrotar o arqui-inimigo de Frank, T. Edison, um colega de classe que quer roubar sua invenção.

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É um infanto-juvenil, mais pra infanto que pra juvenil, mas a história não é “bobinha”. Lógico que os personagens seguem arquétipos bem definidos e que a trama segue fielmente a jornada do herói – é necessário que seja assim para atingir o público-alvo. Mas o autor é um nerd no que se refere a ciência e consegue rechear o livro de informações sem ser chato ou professoral demais. Certamente, há coisas ali que mesmo alguns adultos não sabem, ou não lembram. Para dar uma mãozinha, há um glossário no final do livro. Os diagramas que acompanham as explicações são divertidos, bem criativos e, na medida do possível, muito fiéis às definições científicas a que se referem.

“Noite.
Escuridão.
Um brilho!
Um relâmpago intenso corta o céu e atravessa a claraboia.
Frank Einstein para o que está fazendo e olha para cima.
Conta em voz alta:
— Mil e um. Mil e dois. Mil e três…
CABUUUM! A vibração da onda sonora do trovão sacode as velhas janelas de ferro da oficina e laboratório científico de Frank.
— São três segundos entre a luz e o som a cada quilômetro…
Foi a um quilômetro de distância — calcula Frank, usando a diferença entre a quase instantânea velocidade da luz e a muito
mais lenta velocidade do som. — Bem na hora.”
(pag.7)

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(ilustrações: Brian Biggs)

A trama é bem construída, apesar de o tema ser bem comum – o coleguinha de escola invejoso que usa estratégias escusas para levar vantagem. Mas não só de ação e ciência é feita a história. O lado emocional é bem trabalhado, tanto com o relacionamento de Frank com o avô quanto com a amizade entre Frank e Watson.

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Jon Scieszka
Como bom nerd científico, o autor faz referências óbvias a vários cientistas e estudiosos – reais ou fictícios. Tanto o nome do protagonista quanto o experimento que abre a história são uma referência óbvia ao Dr. Frankenstein e sua criatura – do livro Frankenstein, de Mary Shelley. Seu sobrenome remete a Albert Einstein. Watson, certamente refere-se ao companheiro de aventuras de Sherlock Holmes, criação de Conan Doyle, que, além de detetive, era cientista amador. T. Edison, refere-se a Thomas Edison, inventor americano que registrou dezenas de patentes, entre elas a da lâmpada elétrica. Essas são as mais óbvias, mas há outras, divertido é encontrá-las.

O autor conseguiu usar termos científicos ser ser chato ou pedante e a combinação de ciência com humor funcionou muito bem. Leitura para agradar pais e filhos.

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Cristine Tellier
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