The Walking Dead – A Ascenção do Governador
Robert Kirkman & Jay Bonansinga
Não só de clássicos vive um homem. Volta e meia me dou ao luxo de ler algo sem compromisso, apenas para diversão. A série de TV The Walking Dead me foi apresentada pelo meu irmão. Na época torci o nariz. Sou arredio a modinhas e neste período era só disso que se falava nas redes sociais. Contudo, experimentei e acabei virando – alcunha dada pelo meu próprio irmão – fanboy.
A verdade é que a premissa da série – a aparência distópica de um mundo apocalíptico, a sociedade se reajustando à realidade, involuindo em diversos aspectos – é muito interessante. Os zumbis são um mero recurso ilustrativo. Se fossem coelhos assassinos, provavelmente o sucesso seria equivalente.
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Depois de ter assistido até a quinta temporada de forma corrida, fiquei com aquela sensação de vazio e expectativa, até que a próxima se fizesse presente. Então comecei a procurar todo material spin-off (termo em inglês que quer dizer “derivado de”) para amenizar essa sede. Acabei achando o box com os cinco livros em promoção e não resisti.
O primeiro livro, A Ascenção do Governador, narra a história de um personagem bastante icônico da série: O Governador, homem que comanda uma cidade de refugiados e que tem um caráter que oscila entre a bondade e a crueldade extrema. Na TV é o grande vilão da temporada, mas no livro isto ainda não se definiu e, passo a passo, vai-se remontando como aconteceu.
A trama do livro segue exatamente a mesma premissa da série: a luta imediata de um grupo pela sobrevivência no mundo dominado pelos zumbis (criaturas sem consciência que apenas querem devorar qualquer outro bicho que se mova, infectando outros seres humanos com a mordida). O grupo é formado por Philip (protagonista), Brian (seu irmão e principal coadjuvante), Penny (a filha de Philip) e outros dois amigos, Nick e Bobby.
O foco permanece nos conflitos, bem como na série, entre os integrantes da trupe e entre as outras pessoas com quem cruzam pelo caminho. Infelizmente, em contraste com a série de TV, o livro é muitíssimo fraco na dramaticidade dos conflitos. As cenas de ação estouram no decorrer da narrativa e seguram – relativamente – a atenção do leitor através da expectativa por elas, porém, igualmente à questão do drama, ficam muito aquém do que é mostrado na série.
É um livro nitidamente escrito para diversão, com intuito de atingir a maior abrangência de público possível. Apesar da recomendação da capa de ser inadequado para menores, é evidente que a linguagem adotada é principalmente para adolescentes. É fidedigno ao formatinho novelesco padrão (a divisória em capítulos, o andamento do tempo cronológico, cliffhangers, narração onisciente, etc), em cada detalhe, demonstrando que o arranjo técnico foi bem cuidado.
Diria que cumpre de forma mediana seu intuito de divertir durante a leitura, embora o final – aí fica minha opinião pessoal – seja desapontador.
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