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»» versão do artigo “5 tips for writing suspense”, escrito por Kira Peikoff, publicado em 23/09/2014 no Writer’s Digest ««

Sou uma escritora que tradicionalmente publica thrillers. Meu livro mais recente, No Time to Die, chegou às livrarias esta semana. No entanto, quando comecei a escrever suspense, eu não tinha muita noção do que estava fazendo. Levei um bom tempo de tentativa e erro para entrar nos eixos e deixar de lado erros básicos de principiante. Agora, sete anos depois, gosto de pensar que descobri alguns truques do negócio. Também tive muita sorte de poder contar com o suporte e a orientação de alguns grande nomes da área, como Lee Child – criador de Jack Reacher – e Michael Palmer (falecido recentemente). Então, sem mais delongas, aqui estão algumas dicas para cultivar escritores de thrillers que eu gostaria de ter sabido quando comecei…

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  1. Estruture as cenas como mini-novelas

    Cada uma delas deve conter seu próprio arco narrativo, com ação crescente e um clímax que assinala o final do capítulo. É uma boa prática terminar a maioria dos capítulos com um cliffhanger, principalmente o primeiro. Um assunto de grande dramaticidade deve ser revelado na cena de abertura e então resolvido de forma inesperada ou desfavorável que lançará o personagem principal de encontro ao conflito (e assim carregar seus leitores para dentro da história). Coloque seu protagonista em dificuldades tão cedo quanto possível e nunca deixe que fique muito confortável ou a salvo. Quanto ao tamanho dos capítulos, descobri que uma média de cinco páginas (fonte 12, espaçamento duplo) funciona bem para manter o ritmo.

  2. Planeje estrategicamente para evitar a parte central morna

    Já tive o infortúnio de cometer esse erro de principiante: escrevia o início de um livro e abruptamente perdia a força por mais ou menos 60 páginas. Quando se fica encarando 240 páginas em branco sem ter um plano é fácil paralisar. Agora tenho um método. Assim que tenho o elenco de personagens e seus conflitos, estruturo o livro em quatro partes. Ao final de cada uma, eu crio uma reviravolta maior para engrenar na parte seguinte e manter a força da narrativa. Assim que criei meus quatro grandes pontos de reviravolta, mergulho no planejamento concreto de cada uma das partes, colocando desvios e sugestões sobre as reviravoltas a seguir, para que tenham consistência lógica sem serem previsíveis. Para mim, essa é a parte mais desafiadora do processo e está propensa a mudanças quando eu realmente sento e escrevo. Penso na escaleta como sendo uma rodovia: você pode ir para uma estradinha de tempos em tempos, mas deve voltar à rodovia para chegar ao seu destino.

  3. Alterne pontos de vista

    Adoro escrever em terceira pessoa com múltiplas perspectivas, alternando entre protagonista, antagonista, e em geral com algum outro personagem principal que tome parte no conflito central. Entrar na mente de cada um deles aumenta o suspense para o leitor, que consegue antecipar os movimentos de personagens opositores como também ficar a favor ou contra o sucesso deles. É a escolha de POV (N.T.: point of view – ponto de vista) mais fácil de usar ao escrever um thriller. Quando você segue a dica 1 e termina cada capítulo com um cliffhanger, e então alterna para o ponto de vista de outro personagem cuja cena também termina em um cliffhanger, o leitor estará rasgando as páginas para saber o que acontece depois. Uma palavra de sabedoria: a escolha mais difícil de POV é escrever em primeira pessoa, mantendo apenas um narrador durante toda a história, pois fica impossível criar ironia dramática (i.e. quando o leitor sabe mais sobre as partes interessadas no conflito do que cada personagem sozinho).

  4. Oculte POV quando for útil
    Kira Peikoff
    Kira Peikoff
     

    Digamos que você esteja escrevendo uma cena de assassinato mas quer que a identidade do assassino se mantenha secreta. Eu quis fazer isso no meu novo livro, já que o assassino era alguém supreendente na história, mas não queria que os leitores soubessem quem era até próximo do fim. O truque é escrever a cena da perspectiva da vítima. Não permita que a vítima saiba ou reconheça o assassino – assim você pode ter uma cena dramática e intensa sem estragar o mistério. Este é o primeiro capítulo de No Time to Die.

  5. Provoque perguntas e atrase as respostas

    Essa técnica é a chave absoluta para o suspense. Provoque a curiosidade das pessas e faça com que esperam pela resolução. Enquanto estão esperando, introduza outra questão angustiante, e atrase essa resposta também. Quando você consegue encadear isso com sucesso, você tem um page-turner (N.T.: livro que é difícil parar de ler). O famoso escritor Pete Hamill me disse uma vez que escrever suspense como instalar trampolins e então pular deles mais tarde. Melhor conselho que já recebi.

Cristine Tellier
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11 Replies to “5 dicas para escrever suspense”

  1. Comecei a escrever um thriller e não conhecia essas dicas> Muito obrigado cafeína literária por evitar que eu perca horas de escrita.

  2. Ótimas dicas até mesmo para quem escreve outros gêneros. Ótima explanação do planejamento dentro deste gênero. Tenho que começar a treinar mais essa etapa da escrita.

  3. Olá eu quero agradecer por essas dicas eu adorei mim ajudou muito,eu não tinha ideia do que escrever e olha que vivo no mundo da lua mas ultimamente eu não tinha ideia do que fazer mas você mim ajudou muito mesmo obrigada ??

  4. Olá eu quero agradecer por essas dicas eu adorei mim ajudou muito,eu não tinha ideia do que escrever e olha que vivo no mundo da lua mas ultimamente eu não tinha ideia do que fazer mas você mim ajudou muito mesmo obrigada ??

  5. Adorei as dicas,estava travada ainda na parte de começar a história,mas agora me sinto mais confortável em escrever.Obrigada! <D

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