A corrente – Passe adiante
Estevão Ribeiro
Quantas correntes já caíram na sua caixa de entrada e você apagou impiedosamente sem nem olhar o conteúdo? Quantas ameaças do tipo ‘se não passar essa mensagem para 20 amigos, você irá morrer’ já foram ignoradas? Já passou pela sua cabeça que uma delas poderia ser verdadeira? Em A Corrente, um thriller de Estevão Ribeiro, Roberto Morate é um hacker, uma ameaça virtual que vive de aplicar golpes em desafortunados que não protegem suas senhas. Ao receber um e-mail de uma garota desconhecida, ameaçando-o se não repassar a mensagem, ele ri. Entretanto, em um momento de tédio, resolve dar um susto em alguns amigos e a encaminha para sete pessoas. Depois, descobre que salvou a sua vida. Só que, para isso, condenou a sua alma e a de todos que receberam a corrente. Agora, Roberto precisa correr contra o tempo e contra a sede de sangue da misteriosa Bruna, que ameaça transformar a ilha de Vitória em um inferno. Poderá Roberto salvar a sua vida e de seus amigos? Ao pegar este livro, esteja avisado: Leia. Passe adiante. Sobreviva.
(fonte: www.amazon.com.br)
Quem nunca recebeu uma corrente via email – de qualquer tipo – que atire a primeira pedra. Certamente hoje, com as opções de filtro de spam, a maioria de nós nem chegue a vê-las na caixa de entrada. Mas elas continuam circulando. Sempre há quem acredite, principalmente naquelas que envolvem dinheiro. E é a partir desse misto de lenda urbana e meme que a trama do livro é construída. Toda estória nasce de um “E se…”. Neste caso, “e se a ameaça for real e não apenas uma brincadeira de mau gosto?”. O autor faz bom uso dessa premissa para prender a atenção do leitor. Afinal, o pior terror – ou o melhor, dependendo do ponto de vista – é aquele que envolve situações cotidianas. O leitor identifica-se muito mais facilmente com uma situação já vivenciada do que com algo incomum, mesmo que esse algo seja mais interessante que o nosso dia a dia rotineiro.
Eu sei que você deletou meus e-mails anteriores, Laura. É uma pena que tenha feito isso. Se talve você tivesse lido as minhas mensagens…
Laura sente a saliva tapar a sua garganta, enquanto os olhos secos por não piscar acompanham cada letra:
… eu não teria que te matar!
(pag.11)
O prólogo é daqueles que agarram o leitor e o jogam para dentro da estória, sem preâmbulos. Passado o primeiro susto e recuperado o fôlego, a vontade é não parar de ler. A incerteza sobre se o que se passa é realidade ou delírio intensificam a inquietação do leitor e a preocupação com o destino dos personagens. A narrativa ágil, as cenas encadeadas de modo a aumentar a tensão tornam o livro bastante envolvente apesar de algumas falhas que não chegam a comprometer a leitura.
(fonte: http://acorrente.wordpress.com/)
É inevitável a comparação com o filme O chamado. Porém, apesar de a ideia inicial ser semelhante, o desenvolvimento da trama segue outros rumos. É um thriller de terror que tem tudo para agradar aos fãs do gênero. Há suspense, tensão, desespero, muito sangue, descrições detalhadas das mortes – tão detalhadas que o leitor chega a espiar por sobre os ombros durante a leitura. Enfim, um prato cheio para quem curte este estilo de estória.
Tuitei há alguns dias que, mesmo se não conhecesse o autor, provavelmente compraria o livro pela capa. Sim, eu sou dessas. Livros com capas que me chamem a atenção são sérios candidatos à compra. E a edição é bem caprichada. Quanto à diagramação, apenas uma ressalva: talvez se a mancha de texto fosse maior, seria possível aumentar um pouco o espaçamento entre as linhas, tornando a leitura mais confortável. Há alguns erros de revisão, mas nada comprometedor, praticamente passam batido quando o leitor está embalado na leitura.
[cotacao coffee=”macchiato”]
[compre link=”http://el2.me/LyF9″]
- Tony & Susan, de Austin Wright - 18 de fevereiro de 2022
- Só para loucos - 31 de janeiro de 2022
- Retrospectiva 2021 - 3 de janeiro de 2022
![](http://www.cafeinaliteraria.com.br/wp-system/wp-content/plugins/send-to-kindle/media/white-15.png)