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»» versão do artigo “5 quick tips for writing in multiple perspectives”, escrito por James Duncan, publicado em 22/08/2014 no Writer’s Digest ««

Escrever um romance a partir de uma única perspectiva pode ser bastante desafiador para muitos escritores, mas escrever uma histórias com vários pontos de vista multiplica o desafio, mas também a recompensa. O novo romance de Adi Alsaid, Let’s Get Lost (Harlequin Teen, 2014), é um ótimo exemplo do uso de perspectivas múltiplas para contar a história da viagem de um personagem, enquanto mantém o leitor fascinado e envolvido durante todo o trajeto. Aqui, Alsaid dá cinco dicas rápidas para autores que esperam fazer o mesmo em suas histórias.


Lets-Get-LostSempre me senti atraída por múltiplas perspectivas, tanto como leitora quanto como escritora. E como pessoa! Gosto de entrar na cabeça das pessoas. É o que eu amo na ficção, a facilidade com que podemos penetrar nos pensamentos dos outros. Assim, quando escrevo, gosto de contar a história de quantas perspectivas a narrativa permitir. Em Let’s Get Lost, achei que seria realmente interessante contar a viagem do ponto de vista de quem está ‘parado’, lidando com seus problemas, suas próprias vidas, quando uma garota misteriosa aparece. Aqui estão minhas dicas para escrever com várias perspectivas.

Diferencie as vozes

O jeito mais fácil de falhar com perspectivas múltiplas é na verdade não ter nenhuma. Não dê aos personagens o mesmo senso de humor, o mesmo vocabulário, o mesmo senso de certo e errado. Quando ficar em dúvida, leia as diferentes perspectivas em voz alta.

Comece pequeno

Em vez de tentar englobar toda a personalidade de um personagem, focalize um detalhe. Um simples desejo, um pensamento, um bocado de macarrão, até. É bem menos intimidador começar com um bocado do que com o passado todo do personagem em mente. O restante pode ser contruído a partir dali, e provavelmente será mais autêntico por causa disso.

Explore

Se você está escrevendo de diversos pontos de vista, pelo menos um deles provavelmente é totalmente diferente de você. Isso não é um desafio, é uma oportunidade de explorar o significado de ser outra pessoa. Um estacionamento, por exemplo, para uma mulher de vinte anos andando sozinha é diferente do que parece para uma mulher tentando manter suas duas crianças pequenas longe do tráfego até chegar ao carro. Como seria para um adolescente numa região devastada pela guerra? Você provavelmente não tem certeza, mas tem a chance de descobrir se começar com um detalhe pequeno e explorar a partir daí.

Mantenha pessoal

Só porque os personagens não são você, não significa que não podem ter pedaços seus. De certo modo, eles se importam com o que você se importa. Ou talvez tenham crenças exatamente opostas ou tenham a coragem que você não tem. Independente do que for, considere a conexão pessoal que o personagem tem com você à medida que segue adiante. Se você não se não conectar num nível pessoal com seu personagem, provavelmente seus leitores também não o farão.

Conexão

Pode não servir para todos. O que eu mais amo em livros – lendo ou escrevendo-os – é a oportunidade de me conectar aos outros, a ideia de que pessoas tem pensamentos e experiências semelhantes, mesmo que elas possam não saber disso. Faça isso na sua história também. Faça conexões – sutis ou não. Faça com que passem pelo mesmo local com poucos minutos de diferença. Coloque alguém em comum em seu passsado sem que eles saibam disso. Essa é a beleza das perspectivas múltiplas, você pode explorar as conexões de formas que talvez deixemos passar na vida real.

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Cristine Tellier
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