(versão de artigo originalmente publicado no Writer’s Digest – “10 dos and dont’s for the aspiring novelists” – em 29/10/2013, escrito por Mary Simses)
Há dois meses, meu primeiro romance chegou às livrarias. Desde então, fiz algumas palestras, tardes de autógrafos e fui convidado para alguns eventos. Uma das perguntas feitas com frequência é “Que dicas você daria para aspirantes a romancistas?”. Esta é a minha lista de 10 “Faça” e “Não faça”.
“FAÇA”:
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Comece pequeno
Escrever contos é uma ótima maneira de fazer isso. Muitos romancistas começaram desse modo, inclusive eu. Escrever um bom conto te obriga a criar e desenvolver um personagem e conduzir uma trama do início ao fim em um pequeno número de páginas. Isso sempre te prepara para escrever um romance, pois cada capítulo é basicamente um conto. Escrever um conto também é bem menos indimidante que escrever um romance.
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Procure um curso de escrita de ficção e/ou um grupo de escritores
Essa foi provavelmente a melhor coisa que fiz quando, depois de um longo hiato, resolvi voltar a escrever ficção. Enquanto trabalhava full-time como advogado, me matriculei num curso noturno de ficção da universidade local.
O que se pode aprender com outras pessoas sobre voz, estrutura da trama, desenvolvimento de personagem e métodos de se contar estórias (story-telling). E outros escritores podem proporcionar bastante inspiração. Eu sempre gosto de ouvir o que colegas têm escrito. A maioria é surpreendente e sempre me encoraja a continuar a trabalhar duro. -
Faça anotações
É sempre útil anotar rapidamente ideias para estórias, fragmentos de diálogos que você ouve, situações interessante que você presencia, nomes para personagens. Mantenha um caderninho com essa intenção e deixe-o ao lado da cama à noite. Não confie na sua memória. Aquela ideia genial que você teve um pouco antes deir para a cama, certamente terá desaparecido pela manhã.
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Tente escrever um pouco todos os dias, mesmo que sejam apenas alguns parágrafos
Escrever é uma habilidade, como qualquer outra, e quanto mais você se exercita mais hábil você se torna. Se você puder criar uma rotina – onde e quando escrever – é ótimo. Se não, apenas escreva.
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Pegue dicas de outros autores
Dois livros que eu adoro são Writing Down the Bones: Freeing the Writer Within, de Natalie Goldberg (N.T.: em português Escrevendo com a alma) e Becoming a Writer, de Dorothea Brande (N.T.: sem tradução no Brasil). Ambos são excelentes recursos no ofício da escrita. Também acho que Novel and Short Story Writer’s Market (N.T. : livro que contém inúmeras listas úteis a quem pretende publicar – editores, agentes, concursos, etc.) é um recurso útil quando estamos enviando originais.
“NÃO FAÇA”
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Não deixe que seu emprego atrapalhe
Todos temos de ganhar a vida. Se você não teve sorte o suficiente para começar a escrever aos 25 anos de idade e ter agora uma lista de best-sellers, paciência. Nem todo mundo consegue ser um escritor full-time. Mas não ache que não pode ser um escritor por ganhar a vida de outra forma. E não use isso como desculpa para não escrever. Durante anos, escrevi “escondido”, enquanto trabalhava como advogado. Escreva sempre que puder – à noite, nos finais de semana, logo cedo, no ônibus, no avião, enquanto faz paraquedismo (bem, talvez não enquanto faz paraquedismo…).
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Não se apaixone por suas palavras
Ao menos não a ponto de impedi-lo de ser um editor implacável. É importante ser capaz de ler seu trabalho com olho crítico e livrar-se da verborragia e do texto “desajeitado”. Sempre achei, independente de ser um memorando ou um conto, que se deixar o texto de lado por um tempo sempre volto a ele com um novo olhar e consigo ver mais facilmente onde é preciso melhorar.
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Não deixe seu trabalho guardado
Se você quer ser publicado, você precisa enviar seu texto. Se for um conto, tente as revistas literárias (N.T.: isso se aplica ao mercado norte-americano, principalmente); se for uma novela, entre em contato com agentes. Conforme dito anteriormente, Novel and Short Story Writer’s Market é uma ótima fonte de informação sobre mercado editorial, agentes e concursos literários.
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Não tenha receio de pedir ajuda a amigos – principalmente se estiverem no setor editorial
Há provavelmente centenas de ótimos originais por aí que nunca serão publicados porque o autor não consegue entrar em contato com a pessoa certa. Se você conhece alguém que poderia ajudar e se seu trabalho é razoavelmente bom, eles ficariam satisfeitos em ajudar. Pergunte!
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Não esqueça que você é o escritor
É ótimo ter retorno dos demais, num curso ou em um grupo de escritores ou de pessoas cuja opinião você confia, mas no fim as decisõeo sobre a estória são suas. Pessoas diferentes dão conselhos diferentes e editar com um comitê nunca funciona. Examine cuidadosamente todos os comentários e sugestões, e selecione aqueles que julga serem capazes de tornar sua estória melhor.
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Muito interessante a lista. Só há um comentário a ser feito. No primeiro “não faça” tem um “por que” que deve ser “porque”.
Gostei das dicas.