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Blink – A decisão num piscar de olhos
Malcolm Gladwell

Havia visto o livro nas minhas andanças pela Cultura, mas não tinha me animado a comprar pois o subtítulo parecia ser de um guia de autoajuda. Apenas tempos depois, retornei para efetuar a compra, depois de ele ter sido incluído numa lista de sugestões para jogadores de poker. Afinal, na mesa de poker, estamos todo o tempo exercitando o que o autor chama de “inconsciente adaptável”.

Recomendei o livro a um amigo semanas atrás e, aproveitando o ensejo, resolvi postar minhas opiniões já que não o fiz quando o li há cerca de 2 anos.

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O autor analisa a importância do que costumamos chamar de intuição, aquelas decisões instantâneas tomadas sem que, conscientemente, saibamos exatamente o porquê. Já dizia Darwin, que sobrevive o mais apto. E uma das aptidões necessárias para o ser humano ter sobrevivido por tanto tempo é a capacidade de tomar decisões rápidas em momentos críticos. O psicólogo Timothy Wilson escreve que “a mente opera com maior eficiência relegando ao inconsciente uma boa parcela do pensamento sofisticado e de alto nível, assim como um moderno jato de passageiros consegue voar com o piloto automático com pouco ou nenhuma intervenção do piloto humano ‘consciente’”. E é dessas decisões que o livro trata. Tanto as “do bem” – conseguir avaliar se alguém é competente ou criativo após minutos de conversa; quanto as “do mal” – associar mulheres ao trabalho doméstico ou negros à deliquência ou preguiça.

O autor explica que essas análises quase instantâneas baseiam-se no que ele chama de “fatiar fino”, isto é, captar “pedaços” de informação suficientes para formar uma opinião sobre a situação antes mesmo de analisá-la conscientemente. Aliás, ao questionar alguém que tenha feito isso ao tomar uma decisão, dificilmente ela conseguirá objetivamente exprimir em palavras as razões que a levaram àquela conclusão.

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Malcolm Gladwell
Apesar do que o texto na contracapa nos leva a crer, o livro não ensina uma fórmula mágica para que possamos utilizar o “fatiar fino” em todas as nossas decisões. Pois é óbvio que o nosso inconsciente adaptável só será capaz de nos guiar na direção correta se tivermos conhecimento suficiente sobre o assunto, pois fatiar fino depende logicamente de nossas experiências. Citando o primeiro exemplo do livro, sobre o reconhecimento da veracidade da origem de uma estátua grega, eu obviamente não teria a menor condição de fatiar fino, uma vez que o meu conhecimento sobre arte antiga é praticamente nulo, meu inconsciente adaptável estaria vagando no escuro.

Acho que vale a leitura, por mostrar que a intuição não tem nada de sobrenatural, que existe uma explicação de como conseguimos tomar essas decisões baseados aparentemente em nada – apenas extraindo o máximo com o mínimo de informação no menor tempo. Mas também por explicar quando podemos (e devemos) dar ouvidos a essa “voz interior”, e quando essas análises podem estar sendo influenciadas pelo ambiente e pelo contexto.

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Cristine Tellier
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