»» versão de artigo escrito por James Duncan – “8 things Star Wars can teach us about writing” – publicado em 22/08/2013, no Writer’s Digest ««

(N.T.: Esta é a segunda parte do post publicado em 26/11/2013)

5. Tenho um mau pressentimento sobre isso

Personagens importantes de Star Wars falaram isso e é sempre verdade. Esse pressentimento vai levar a alguns eventos desagradáveis – você sabe, como ser congelado em carbonite, perder uma mão, descobrir que seu pai é nada menos que o maior babaca da galáxia, ou que a garota que você está a fim é sua irmã. Ufa.

han solo

Esses instintos foram precisos. Assim como os seus. Não está gostando do rumo de um capítulo? Pressione a tecla Delete AGORA. Acha que não está usando o ponto-e-vírgula corretamente? Você não está. Não tem certeza se é a agente certa para ler seu manuscrito? Ela não é. Acha que o final está um pouco brega? Isso significa que está mais fedido que Muenster mofado (N.T.: Muenster é um queijo de consistência macia, de origem norte-americana).

Escrever bem, encontrar sua voz, e atingir seus objetivos de publicação têm tudo a ver com confiar em seus instintos. Dê ouvido a eles e aja de acordo.

6. Bem-vindo a Mos Eisley

Quando “Ben” Kenobi precisou do homem certo para o serviço, foi a Mos Eisley. Como o mestre Jedi disse “Espaçoporto Mos Eisley. Você nunca encontrará um apanhado tão miserável da escória e da vilania. Precisamos ser cautelosos.” Essa cidade era louca, populosa e cheia de personagens pitorescos. Todos conhecemos um lugar assim, e você deve ir até lá, tomar notas e colocar essas pessoas na sua estória! Leve um caderninho de anotações para um parque de diversões, para um tumultuado mas amigável pub irlandês, para sua reunião de família (um ninho de perversidade!) ou mesmo para o hipermercado local. Algumas das pessoas mais interessantes da cidade estão circulando nesses locais usando uma variedade inimaginável de roupas, para o bem ou para o mal.

8 coisas que Star Wars pode ensinar sobre escrita

E se o local tira você de sua zona de conforto e gera uma sensação de perigo, pode ser legal também. Mas esse conselho não significa que você deve fazer trilha sozinho no Afeganistão ou fazer piadas estilo Yo Mama num bar de ciclistas em Detroit. Mas, de novo, você pode conseguir um contrato com a estória resultante. Se sobreviver.

7. A Força versus Truques & absurdos

E eu cito:

Ben Kenobi: Lembre-se, um Jedi pode sentir a Força fluindo através dele.
Luke Skywalker: Você quer dizer que controla suas ações/
Kenobi: Em parte, mas também atende a seus comandos.
[Luke é atingido pelo dispositivo remoto.]
Han Solo: [rindo] Falsas religiões e armas antigas não são páreo para um bom blaster à mão, garoto.
Skywalker: Você não acredita na Força, acredita?
Solo: Garoto, eu voei de um lado a outro da galáxia. Já vi um monte de coisas estranhas, mas nunca vi nada que me fizesse acreditar que exista uma Força toda-poderosa que controla tudo. Não há campo de energia mística controlando meu destino. Em todo caso, existe um monte de truques simples e absurdos.

Nesta cena de Star Wars: A new Hope, vemos a divisão filosófica nesse grupo de heróis. Tem-se os crentes solenes e idealistas, e tem-se os corajosos, amantes da diversão, utilizadores de truques e absurdos. Penso que ocorra o mesmo com a escrita. Há muitas facções, mas o único modo de realmente causar impacto, como no filme, é combinando esses dois lados em um só.

Escrever é algo sagrado. É a antiga habilidade de transmitir ideias, crenças, costumes, acontecimentos e entretenimento de uma pessoa a outra, ou de uma pessoa para muitas. Faz a gente se sentir como um deus, e é vital para tudo que foi conquistado na história da humanidade. A excelência em literatura deve ser respeitada, perseguida com afinco e reverência e coloca num pedestal para ser admirada.

Mas assim como no mundo de Han Solo, tudo relativo à escrita é feito de truques simples e absurdos. Se você não consegue dominar isso, esqueça. Você será tachado de picareta. Você tem de conhecer os aspectos básicos, o âmago da questão, as habilidades práticas, e entender como jogar o jogo para ser bem-sucedido na sua publicação. Mas você também deve se divertir fazendo isso e quebrar as regras de vez em quando. Se você fizer o mesmo que todo mundo faz, assim como lhe foi ensinado, nunca encontrará sua própria voz. Você tem de voar de um lado a outro da galáxia com desapego, precisa viver a escrita como se houvesse uma recompensa pela sua cabeça – nunca pare de trabalhar, nunca para de experimentar novos gêneros, nunca parte de ler, aprender, escrever.

E, é claro, você precisa de um pouco de …

8. Sorte

Solo: Eu chamo de sorte.
Kenobi: Pela minha experiência, sorte não existe.

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De novo, nem um nem outro está certo, ou errado. É um meio-termo. Todo escritor esforçado precisa de um pouco de sorte ao se apresentar e, acreditando ou não, uma coisa é certa: ela não vai te procurar. Mas, ao invés disso, você precisa achá-la. Quando nossos heróis chegam à Estrela da Morte, Luke sabia que eles precisavam ir até as profundezas do pavimento de detenção para buscar a Princesa Leia ou ela estaria perdida. Han, ao contrário, queria esperar. Até que Luke o seduziu com uma recompensa. O plano funcionou.

Assim como Luke, você tem de fabricar sua própria sorte e colocar seu plano em prática. Coloque-se em situações novas, vá a palestras, converse com leitores, aperte suas mãos e olhe-os nos olhos, tente escrever para um blog ou escrever em outros gêneros, envie seu trabalho para revistas, jornais de universidades, qualquer lugar, todo lugar, mencione seu livro às pessoas que conhece – colegas de trabalho, família, amigos antigos, seu garçom, qualquer um que escute. Corra riscos. A interação mais imprevista pode colocar você em contato com um bom editor ou colega escritor. Você pode não querer saber as probabilidades de achar sua própria sorte, mas tem de se manter aberto a novas experiências, ser positivo e fiel a si mesmo, e você a encontrará. E irá precisar dela no mundo lá fora.

Oh, e nunca se esqueça…

Que a Força esteja com você.


James Duncan é editor de conteúdo da Writer’s Digest. Para conhecer mais sobre ele e seu trabalho, acesse: www.jameshduncan.blogspot.com.

Cristine Tellier
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