julio rosa

Aproveitando a resenha de O viajante imóvel, publicada semana passada, segue uma entrevista com o autor, Júlio Ricardo da Rosa, que está prestes a lançar mais um livro.

julio rosa
(fonte: tertuliaonline.com.br)
Antes de mais nada, conheça um pouco mais sobre o autor:
Júlio Ricardo da Rosa nasceu e vive em Porto Alegre. É leitor compulsivo, viajante eventual e melômano contumaz. Durante os anos 80, escreveu sobre cinema para os jornais Zero Hora, Correio do Povo e Jornal do Comércio. É o responsável pela Seleção de Filmes Bourbon, que se realiza todos os anos em novembro. Publicou os livros Beijos no escuro e Veludo.


Cafeína: Como vc “se descobriu” escritor?

Júlio Ricardo da Rosa: Sempre quis escrever. Desde criança. Meu primeiro escrito foi uma adaptação de um livro infantil, O Isqueiro Mágico, para uma peça de fantoches. Eu estava ainda no curso primário (como se chamava o ensino fundamental na época).


Cafeína: De onde veio a ideia para O viajante imóvel?

Júlio Ricardo da Rosa: Li nos jornais sobre um famoso escritor de livros de viagens americano que foi descoberto como farsante, que escrevia sobre lugares que nunca visitou. Pensei que era um bom mote para um livro e montei a trama. A maioria dos lugares que meu personagem visita eu também conheço e acrescentei a parte sobre a China depois da minha visita ao país. O livro já estava pronto, mas um acontecimento na viagem de retorno me levou a incluir esta parte.


o-viajante-imóvelCafeína: Você curte ler relatos de viagens? Se sim, qual seu livro ou autor predileto?

Júlio Ricardo da Rosa: O único autor de livro de viagens que leio é o Airton Ortiz. Somos amigos, lemos os trabalhos um do outro e trocamos impressões. Ele inclusive escreveu a “orelha” do Viajante.


Cafeína: Você certamente pesquisou a chamada “literatura de viagem”. Há algum ou alguns livros que sejam de leitura (quase) obrigatória para quem quiser se iniciar tanto na leitura quanto na escrita desse gênero?

Júlio Ricardo da Rosa: Como falei não sou um leitor de livros de viagens. O Viajante é pura ficção. Mas como viajo com certa regularidade, conheço a maioria dos lugares onde o livro se passa. Os que não conheço com a praia dos surfistas no Panamá, pedi informações a um amigo surfista que viaja mundo afora para pegar umas ondas.


Cafeína: Qual sua rotina de escritor? Tem algum “ritual” ou mania?

Júlio Ricardo da Rosa: Escrevo de segunda a sexta-feria. Acordo as 5:20 da manhã e escrevo até as sete horas. Depois leio um pouco e vou trabalhar. Esta rotina só é quebrada quando viajo ou tiro férias. Só assim consigo produzir com regularidade.


Cafeína: Pode descrever brevemente seu processo criativo? Faz fichas dos personagens, diagrama uma timeline da estória, usa algum software para auxiliar na estruturação da história?

Júlio Ricardo da Rosa: Durante muito tempo fiz resumos das histórias e anotava também as características e nomes dos personagens. No livro que vai sair em setembro ainda utilizei este método. Mas de uns dois anos para cá não faço mais anotações. No máximo o nome dos personagens. Deixo que a história flua e vou escrevendo. Nas revisões faço as alterações ou corrijo o que acho que devo mudar. Escrevo num IPAD e uso o programa Pages da Apple como redator de texto. Tenho sempre abertos um dicionário de língua portuguesa e um de sinônimos.


BEIJOS_NO_ESCURO_1283268264P[1]Cafeína: Que autores você considera como influência ou referência importantes no seu texto?

Júlio Ricardo da Rosa: Sou um leitor voraz. Nunca passo um dia sem ler um trecho de algum livro. Meu autor preferido é o Georges Simenon. Aprendi francês para ler seus livros no original. No Brasil admiro acima de todos o Rubem Fonseca. Gosto muito dos espanhóis Arturo Perez Reverte e do Alberto Vazquez Figueroa. A lista ia ser longa se fosse mencionar a todos.


Cafeína: Que outros gêneros te agradam? E você pensa em escrever outro gênero? Fantasia? Ficção científica?

Júlio Ricardo da Rosa: Escrevo histórias policiais. Tenho três livros prontos. Talvez lance um no próximo ano. Tenho também uma idéia para um romance que mistura terror e ficção científica que é só botar no papel, está todo estruturado na minha cabeça. E no momento trabalho em um romance sobre cangaceiros, uma das minhas fascinações desde os tempos de menino.


Cafeína: Pode contar um pouco a respeito de seu novo livro?

Júlio Ricardo da Rosa: Meu novo livro se chama O Segredo de Iankclev Schmid. Ele se inicia no dia da libertação do campo de prisioneiros de Bergen-Belsen na Alemanha, ao final da Segunda Guerra, passa pela reconstrução alemã, fala de imigração para a Argentina e depois para o Brasil vindo até os dias de hoje em Porto Alegre. É uma história de aventuras, que mistura nazistas, a Odessa, obras de arte e tesouros escondidos.


Cafeína: Se você estivesse abandonado numa ilha deserta, sem perspectiva de resgate, diga cinco livros que você gostaria de ter consigo.

Júlio Ricardo da Rosa:

  1. O Filho, de Georges Simenon
  2. O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas
  3. A Grande Arte, de Rubem Fonseca
  4. O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo
  5. O Cão dos Barkervilles, de Conan Doyle

Contatos:
E-Mail: viajanteimovel@bol.com.br
Blog/Site: Viagens Imóveis

Cristine Tellier
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