Somos sádicos! Nada de pequenos tropeços, nada de pequenas mágoas! Queremos sangue! Vísceras! Queremos destruição psicológica! Fundos de poços! Dor, dor e mais dor! E pagamos por isso, portanto não basta nosso herói ter de levar o anel para Mordor, ele precisa chegar ao seu limite e morrer por isso. Não basta enfrentar o dragão, ele tem de enfrentar zilhões de zumbis e ter perdido sua família e filhos para eles.

Dramático, não? Mas é isso que dá IBOPE. Isso que nos transporta da nossa enfadonha rotina para o onírico mundo mágico da literatura (ou do cinema, para quem prefere…). Ver nossos protagonistas sofrerem para dar a volta por cima e vencer seus obstáculos nos enche de inspiração e nos faz sentir que somos também heróis.

minha breve história - capa

Por isso, quando pego biografias para ler priorizo aquelas pessoas com grandes histórias, de grandes conquistas. Que tenham enfrentado um mundo de problemas e desafios e que provaram – desta vez de forma real e concreta – que são verdadeiros heróis, tornando-se ícones do seu tempo.

Mas… Acho que ninguém contou isso ao Sr. Stephen Hawking… Quando li seus primeiros livros, embora difíceis para mim que sou um leigo em física, são muito interessantes, pela proporção de fantasia e realidade com que ele explica suas teorias físicas. Sua biografia, contudo, é bastante sem sal. Entendo por que pessoas sem afinidade com a escrita contratam ghost writers: para não fazer esse tipo de cagada.

A vida de Hawking é interessante. Eu sei que é. Todavia ele parece se esforçar para relatar os dramas de forma en passant meio como se dissesse “Descobri que tenho uma doença incurável e que vou morrer em alguns dias, mas tudo bem! Buracos negros é o que importam.”. Talvez tenha sido proposital, mas é como se o texto fosse uma paráfrase da voz sintética com a qual ele se expressa: monótona e inexpressiva.

stephen hawking
Stephen Hawking
Não que eu me interesse pelo sofrimento dele como pessoa, mas gostaria de ver o quanto ele teve de sacrificar em prol de atingir seu mérito (de maior físico contemporâneo). O texto, porém, faz parecer que todo seu trabalho e conquistas não passaram de conseqüências inevitáveis de sua rotina acadêmica.

Ele tende fortemente a sair do foco para falar sobre ciência. Compreensível e perdoável. Até porque é interessante. Mas daí faltam os exemplos mais acessíveis ao público leigo, os desenhos, os gráficos e, sobretudo, falta uma boa dose de humor para aliviar o peso da física teórica.

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