on the road

On the road (2012) – Na estrada
Roteiro: Jose Rivera
Direção: Walter Salles

Sinopse:
A vida do jovem escritor Sal Paradise é sacudida pela chegada de Dean Moriarty, um jovem libertário e contagiante, a Nova York. Juntos, Sal e Dean cruzam os EUA.
Fonte: Guia da Folha – Cinema

Minha segunda incursão não programada ao cinema foi bem mais satisfatória.
On the road é baseado no livro homônimo de Jack Kerouac que, durante muito tempo, foi considerado “infilmável”. E, indo assistir a este filme, contrariei duplamente meus princípios: fui ao cinema totalmente sem planejamento prévio e assisti ao filme antes de ler o livro – mesmo sabendo que este (o livro) está no meu desafio literário. Contudo, não me arrependi.

on the road

Já que, como acabei de falar, ainda não li o livro, não tenho como saber se foi uma boa adaptação da obra. Sei que o protagonista, Sal, é o alter-ego do autor, assim como alguns personagens são referências a amigos do escritor. Sei que a estória é praticamente autobiográfica, narrando as andanças do autor e sua vivência da geração beat. E sei que o texto é escrito sem parágrafos e quase sem pontuação, num fluxo de pensamento que refletiria o modo como a estória seria narrada verbalmente pelo personagem – há uma referência a isso numa das cenas finais do filme. O pouco que sei está no filme, mas certamente há muito mais.

on the road - kristen stewartNão ficou muito claro no filme – e não sei se fica no livro – qual a relevância da geração beat. Aliás, a menos que se saiba que aquela é a geração beat, não há como identificar que houvesse uma “corrente cultural” em que aqueles jovens estivessem imersos. O que parece – e espero que no livro não seja assim – é que são apenas um bando de moças e rapazes que passeiam de carro pelo país, buscando aventuras e diversão, bebendo (muito), se drogando (muito) e praticando sexo (muito). “Sexo, drogas e jazz, muito jazz”. Tem-se a impressão de que são totalmente inconsequentes, principalmente Dean Moriarty.

E há que se destacar a atuação de Garrett Hedlund, como Dean. A atuação é tão convincente que dá vontade de expressar verbalmente a irritação com o fato de ele ser um “fanfarrão”, que faz uso do seu charme para conseguir tudo o que quer de todos. Mas em alguns instantes, a expressão do personagem dá a entender que ele não está assim tão satisfeito com seu modo de levar a vida. Que há mais por trás daquele olhar cafajeste. Sam Riley (não sei por quê, mas eu o acho parecido com o DiCaprio mais novo), como Sal, também está bem, mas fica meio apagado ao contracenar com Hedlund ou Viggo Mortensen. E mesmo Kristen Stewart, consegue nos fazer esquecer da atuação insípida na série Crepúsculo.

Achei o filme longo, fiquei impaciente na última meia hora de exibição. Achei que algumas das subtramas, estorietas dos personagens que Sal encontra em suas viagens, poderiam não ter sido tão extensas. Mas, provavelmente, se tivesse lido o livro, não incomodaria. Apesar disso, saí do cinema satisfeita e pretendo rever o filme depois de ler o livro.

jack kerouac

Cristine Tellier
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