Como treinar o seu dragão (How to train your dragon)
Cressida Cromwell

Uma conjunção de fatores fez com que a minha lista de leitura fosse “furada” por este livro.
A equação resume-se a curiosidade + promoção + custo + tempo + preguiça.

Já há algum tempo tinha uma grande curiosidade sobre essa coleção de livros, principalmente depois de assistir ao filme homônimo. Aqui vale um parênteses. Conforme a própria capa da edição atual do livro informa, o filme foi inspirado no livro. Ou seja, a estória escrita serviu de base para o roteiro, apenas isso. Os personagens são os mesmos, assim como o ambiente, mas a trama é diferente. Mas, apesar disso, o “clima” da narrativa foi reproduzido fielmente. É quase como se assistíssemos a mais uma aventura dos vikings.

Há duas semanas rolou uma promoção na Fnac online, com uma lista imensa de livros a R$ 19,90. Isso é algo simplesmente irresistível para uma leitora – e compradora de livros – compulsiva como eu. Consegui conter minha ânsia consumista e acabei selecionando apenas dois: Clarice na cabeceira – crônicas e O evangelho segundo Jesus Cristo. Esses foram os que restaram de uma escolha prévia de 15 títulos. Ao esvaziar o carrinho de compras, percebi que, adquirindo 3 livros ou mais, era garantia de frete grátis. Sendo assim, devolvi um livro ao carrinho, que foi este de Cressida Cromwell.

como treinar o seu dragao

O pedido foi entregue 4 dias depois, quando eu já havia terminado de ler o livro do desafio de fevereiro (post do livro e do desafio). Faltando ainda uma semana e pouco para o início de março, precisava preencher o tempo com algo não muito longo. E, depois de ler dois livros que me consumiram bastante, o do Miguel Nicolelis e a biografia de Clarice Lispector, queria algo bem leve para literalmente – e literariamente – me distrair. E dentre os três, este era a escolha mais óbvia.

Minhas melhores lembranças literárias são de livros infanto-juvenis. Alguns por terem sido os primeiros em algum gênero (mistério, policial, etc.), outros por terem sido os mais divertidos, outros por terem sido os mais relidos. Sendo assim, não tenho vergonha alguma em admitir que eu gosto, ainda gosto muito desse setor das livrarias/bibliotecas. O que tento fazer, mas nem sempre consigo é mergulhar no universo do livro e “curtir a viagem” assim como o fazia na minha infância e adolescência. E este livro obteve isso de mim sem qualquer esforço adicional meu.

Como quase sempre faço, principalmente quando pouco conheço do livro que vou me aventurar a ler, li a contracapa e as orelhas antes de iniciar. E já ali, a autora me fisgou. Ela se apresenta como a pessoa que traduziu do antigo norueguês as estórias de Soluço Spantosicus Strondus III, ou simplesmente Soluço. Boa tática, fazer do “extraordinário herói viking” o dono da estória. E pode-se contar mais um ponto para a autora ao confessar que “adoraria ter um dragão de estimação”. Que criança imaginativa e fã de estórias de aventura não gostaria de ter um?

solucoO livro é repleto de ilustrações que parecem ter sido feitas a lápis. Ótima sacada. Mais um ingrediente para deixar o leitor com a certeza de estar lendo o relato original de Soluço. E não apenas no meio da estória. Até na página que contém a ficha do livro há anotações manuscritas. E não é apenas isso, há ilustrações que simulam recortes de páginas com informações sobre dragões e afins – como as antigas agendas de adolescentes repletas de colagens e recortes. Visualmente, o livro é bastante atraente.

Mas apenas isso não faria do livro o sucesso que é. A estória também é muito bem contada. Conforme a sinopse da editora, “Ele precisava desesperadamente capturar e treinar um dragão, e teria de ser o animal mais impressionante de todos. Mas tudo o que conseguiu foi uma criaturinha pequena e banguela, nada ameaçadora. Foi então que seu destino de herói começou a ser traçado.”
Simples, não? Mais uma estória de um garoto atrapalhado que precisa provar seu valor. Porém a forma sarcástica e divertida como a autora conta as aventuras de Soluço e Banguela é todo o diferencial. Consegue ser singelo sem deixar o tom aventuresco de lado. O texto é tão gostoso de ler que certamente deve agradar aos adultos também. Eu sou suspeita para falar. Senti-me de volta à pré-adolescência lendo A vaca voadora, de Edy Lima.

Enfim, se eu tivesse filhos com idade para consumir esses livros, certamente já os teria comprado todos. Porém acho que consigo me conter mais um pouco e esperar por uma promoção de um box com a coleção completa.

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Cristine Tellier
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4 Replies to “"Grite com ele!"”

  1. Verdade, Cris: termos passado por toda a Coleção Vagalume da Editora Ática (“O Escaravelho do Diabo”, “Enigma na Televisão”, “Um Cadáver Ouve Rádio”…)entre tantas opções naquela estante da classe, na pré-adolescência, nos deu uma “leitura” diferente do mundo. Parabéns pelo post!

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