muito alem do nosso eu

Muito além do nosso eu
Miguel Nicolelis

Uma sucessão de acasos culminaram na leitura deste livro.
Alguém postou no Facebook a entrevista de Nicolelis no Jô. Fiquei bastante interessada, mas me controlando para não adquirir mais um livro, já que minha lista de leitura já está bastante extensa. Alguns dias depois, a editora – Cia. das Letras (@cialetras) – promoveu um sorteio via Twitter e, para meu espanto, fui sorteada bem no dia do meu aniversário. Depois disso tudo, não tive outra alternativa senão iniciar a leitura.

muito alem do nosso eu

Ao incluir o livro na minha estante do Skoob (www.skoob.com.br), surpreendi-me ao encontrar um comentário não muito elogioso. Depois de atenta leitura percebi que o infeliz leitor – ‘infeliz’ sim, para evitar um adjetivo mais ofensivo – sofria de um mal que sempre me incomoda bastante: a mediocridade ignorante. O leitor era (possivelmente é ainda) o tipo de pessoa que afirma que algo não é bom apenas por não conseguir entender. Respondi-lhe o comentário, discorrendo sobre minhas primeiras impressões sobre o livro. Apesar de eu já ter percebido que a mídia havia “vendido” o livro como neurociência para leigos, ele não era exatamente isso. O livro é para curiosos do assunto e, desse modo, leigos sim, mas com algum conhecimento prévio básico. O que se dizia na orelha do livro, sobre tornar o assunto mais acessível, certamente não se referia a mastigá-lo e disponibilizá-lo ao leitor de forma a ser lido como uma novela. Tornar acessível, no meu entender, era dar acesso às informações e resultados coletados pelo autor. Infelizmente, como era de se esperar, o infeliz leitor respondeu de modo ainda mais ignaro. Decidi que não valia a pena perder tempo tentando explicar algo a alguém que simplesmente se recusa a entender.

Livros assim, em certos capítulos, certamente terão trechos repletos de tecniquês. O que certamente não quer dizer que eu, leitora média, tenha obrigação de entender tudo. Mas certamente antes ou depois desse trecho, sempre há um mais conceitual, explanando a ideia envolvida – e desenvolvida – naquilo. E é exatamente isso o que me interessa, apreender o conceito. Se porventura eu conseguir compreender por que uma corrente elétrica de voltagem X aplicada numa sinapse inundada de uma substância Y numa concentração Z tem determinado efeito, ótimo. Senão, o conceito por trás disso me basta. Desafortunadamente, nem todos pensam assim e carimbam como ruim algo que simplesmente não entenderam. Paciência, não se pode esperar bom-senso de todas as pessoas.

Apesar desse pequeno percalço, prossegui com a minha leitura. E eu, que tenho profunda ojeriza a quem macula um livro grifando trechos – a lápis ou com as malfadadas canetas marca-texto de cores fluorescentes – senti-me, desde a introdução do livro, tentada a grifar alguns parágrafos. Seja pelo conteúdo, seja por ideias relacionadas a serem buscadas em outras mídias. Para evitar os grifos e tentar não esquecer as referências e insights surgidos durante a leitura, resolvi escrever algo similar a um diário de bordo. Ainda não resolvi se disponibilizarei os textos aqui no blog ou num documento compartilhado no gDocs. Mas, de qualquer modo, para quem se interessar em acompanhar, os links estarão disponíveis aqui, no twitter (@criscat) e no facebook (criscat.br).

Para quem ainda não conhece Miguel Nicolelis, dois vídeos interessantes:

Entrevista no Jô

Canal Livre

Cristine Tellier
Últimos posts por Cristine Tellier (exibir todos)
Send to Kindle

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *