pendulo de foucault

O pêndulo de Foucault
Umberto Eco

Na verdade, a não-indicação aplica-se a todos os livros de Umberto Eco depois de O nome da rosa. Imagino o quanto seja difícil produzir outra obra-prima à altura desse livro. E a expectativa criada a cada novo livro nunca joga a favor, pois sempre se espera que o próximo supere a qualidade do primeiro. Se eu tiver de indicar um livro de Eco, certamente será O nome da rosa. Aliás, quem ainda não viu o filme, esqueça-o e leia o livro. Não que o filme seja ruim, mas não é nem 10% do que é o livro. Li O nome da rosa logo após o lançamento e o reli várias vezes, tamanho o deslumbramento com o texto. Mesmo já conhecendo o desfecho, a cada (re)leitura descobria novos detalhes, novas nuances.

UntitledNas três obras seguintes (O pêndulo de Foucault, A ilha do dia anterior, Baudolino), iniciava a leitura esperando encontrar ao menos um fiapo daquele deleite proporcionado pelo primeio livro. Nenhum deles conseguiu. Mas O pêndulo de Foucault, ao menos para mim, foi o mais decepcionante. Enredo complexo tendendo ao irreal, repleto de conexões e referências filosóficas, esotéricas, teorias da conspiração e afins. A história mirabolante acaba por afogar o leitor (junto com os personagens) numa torrente de informações na maioria das vezes excessivas e desnecessárias. A linguagem pedante consegue deixar o texto pouco fluido e a leitura bastante cansativa. Fato: eu não consegui terminar de ler. Este é um dos poucos livros que não cheguei ao fim.

(O título do livro refere-se a uma experiência realizada pelo físico francês Jean Foucault , em 1851, para demonstrar, através de oscilações num pêndulo, o movimento de rotação do planeta Terra.)

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Cristine Tellier
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