The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde
Robert Louis Stevenson

Num momento de vadiagem dominical comecei a assistir um dos meus episódios prediletos de Frajola e Piu-Piu, “Hyde and Go Tweet”, em que o pássaro toma uma poção no escritório de um tal Dr.Jekyll e transforma-se num Piu-Piu gigante nada amistoso. Além de me divertir com o episódio e também ao recordar de um colega de trabalho cujo apelido (desconhecido por ele, lógico) era Piu-Piu Gigante, lembrei da obra original e achei que seria interessante resenhá-la. Não só pelo interesse da obra em si, mas também para cumprir um dos itens deste desafio (item 1: resenhar uma obra do século XIX).

jekyll and hyde

No caso deste livro, não preciso me preocupar com spoilers pois a estória é praticamente de domínio público. Dr.Jekyll, médico, formula um composto que, ao ser ingerido, revela a dualidade de sua personalidade, incorporada por Mr.Hyde, seu duplo fisicamente horrível e desprovido de moralidade.

O interessante da obra, além da estória em si, é o formato narrativo. Conduzida por um narrador durante boa parte do livro, a utilização de primeira pessoa nos capítulos finais imerge o leitor na narrativa de forma bastante criativa. A estrutura do texto, como numa investigação policial, onde os relatos de várias pessoas se completam, evidencia a maestria na condução do enredo. Assim como um quebra-cabeça, privilegiando o suspense, todo o quadro só se revela no desenlace da estória. Por já fazer parte do inconsciente coletivo – há inúmeras citações a essa dualidade médico/monstro – atualmente, é difícil lê-la com a inocência de quem não faz idéia do que se trata. Mas provavelmente deve ter marcado os leitores da época, como sendo uma excelente obra de horror.

Interessante como o sempre presente fog londrino é parte da estória quase como um personagem, encobrindo todos os tipos de crimes, que se tornaram comuns na época retratada no livro, devido ao contraste cada vez maior entre as classes sociais na metrópole. Além de discorrer sobre a degradação decorrente da explosão demográfica na Londres do século XIX, o autor foca-se também no conflito moral de todo homem. Mesmo soando clichê, o embate entre o bem e mal convivendo dentro de cada um permeia toda a estória.

Vale a leitura. Apesar de datado. E apesar de já conhecermos o “segredo” da trama.

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Cristine Tellier
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