produtividade

Sob a desculpa de que a internet diminui a produtividade, nos últimos anos, algumas empresas (onde eu trabalho inclusive) tem tornado usual o bloqueio do acesso à web, em diversos níveis. Desde o bloqueio de redes e ferramentas sociais (Facebook, mySpace, Twitter, MSN, GTalk, etc.), sites de video e similares, passando por blogs e sites pessoais, sites de conteúdo, até emails pessoais e internet banking e, por fim, o bloqueio total (Google inclusive).

Creio que o bloqueio implicitamente reflete a visão que a empresa tem dos funcionários, pressupondo que todos são “burladores” em potencial, esperando por qualquer oportunidade para se esquivar de suas ocupações e responsabilidades. A menos que se seja um funcionário público, todos sabem que matar o tempo em outras atividades antes de terminar suas “tarefas” tem consequências nem sempre agradáveis.

produtividade

É lógico que a quantidade de opções para ocupar o tempo na Internet é enorme. Mas a procrastinação não é um problema com a internet exclusivamente. Qual a diferença entre alguém passa o tempo todo na Internet para outro que passa o dia lendo jornais, revistas ou jogando paciência? Se o funcionário quer enrolar, vai fazê-lo com ou sem internet.

Faz sentido bloquear sites de video e fins em empresas em que a Internet é compartilhada por todos, pois por melhor que seja o link, streaming realmente mata a banda. Mas qual o problema de os funcionários usarem internet banking ou acessarem seus emails pessoais no horário de almoço? Quanto aos demais usos, é tudo uma questão de parcimônia, de uso consciente e responsável.

Fazer com que todos paguem pelo excesso de alguns não é a melhor política. Quem abusa obviamente não produz o esperado e, cedo ou tarde, será substituído por alguém que consiga usufruir da liberdade de forma melhor. Acho que monitorar, ao invés de proibir, seja um meio para educar e consicientizar as pessoas sobre o uso coerente de mais esse recurso.

Cristine Tellier
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